REFLUXO: Causas, diagnóstico e dicas

Muitas mamães ficam na dúvida do que seria regurgitação e o que seria refluxo. Essa dúvida dificulta a pesquisa do assunto e a tomada das medidas cabíveis para a solução do problema. Então vamos esclarecer de uma vez por todas essa questão.

O regurgitar (golfar) é um tipo de refluxo fisiológico (normal). É quando o conteúdo do estômago volta para o esôfago (garganta). Crianças menores de um ano de idade, tem a válvula que fica entre o esôfago e o estômago imatura. É essa válvula que fecha após a mamada segurando o líquido. Com a imaturidade, o esfíncter relaxa e não faz seu trabalho. Esse processo é super normal, não trás prejuízo nenhum para a criança, no que diz respeito ao ganho de peso, crescimento ou a nova doenças.

A doença do refluxo, ou o refluxo patológico, é uma condição onde há o retorno do estômago para o esôfago, causando sintomas, incômodos e implicações.

Os sinais mais comuns são: regurgitação e/ou vômito, choro intenso e constante, devido a dor, distúrbios alimentares, o bebê recusa o alimento e arqueia o corpo como forma de defesa, distúrbios do sono, irritabilidade, perda de peso, dor torácica, soluços frequentes, anemia devido a perda sanguínea na esofagite. Pode haver manifestações como asma, pneumonia, tosse, otite, sinusite, dor de garganta e outros.

O diagnóstico pode ser feito com o pediatra, em um simples exame clínico e físico. Exames complementares poderão ser usados para excluir outras enfermidades semelhantes e oficializar o diagnóstico, contudo a maioria são invasivos ou expõe o bebê à radiação.

O primeiro tratamento é não medicamentoso. Trata-se de mudança na própria rotina mamãe/ bebê, que podem reverter o quadro do refluxo patológico, como: combate a constipação intestinal, uso de roupas e fraldas menos apertadas, não deixar a criança no bebê conforto por muito tempo, redução ou eliminação de alimentos de acidez gástrica, não trocar a fralda do bebê quando ele estiver com a barriguinha cheia e evitar colocá-lo para dormir de estômago muito cheio, aguardar o arroto pós mamada com o bebê mais inclinado (em pé) e inclinação do colchão do berço/ cama . O tratamento medicamentoso é oferecido quando o primeiro falha. Em pouquíssimos casos é feito intervenção cirúrgica.

É importante o diagnóstico diferencial do refluxo patológico do APLV (Alergia á Proteína do Leite de Vaca), pois possuem os mesmos sinais e sintomas, porém o tratamento é diferente. A presença da proteína na dieta do bebê pode agravar os sintomas. A própria mamãe pode fazer um teste de 2 a 4 semanas com uma dieta materna sem leite de vaca e derivados, quando estiver amamentando, ou fazendo uso de fórmulas especiais, quando estiver utilizando a mamadeira. Esse teste reduzirá o risco do bebê receber um diagnóstico errado e tomar medicamentos desnecessário.

Lembre-se de que quando damos aos nossos filhos menores de seis meses de vida, alimentos sólidos e industrializados, estamos correndo o risco de que ele desenvolva o refluxo patológico. Consulte sempre o pediatra da criança e siga corretamente as orientações passadas.

Nay Kelly